sábado, 2 de fevereiro de 2008

Mas é CARNAVAL!!!

é isso amigos! Estamos em pleno festejo momino. Festa da carne. O Brasil está fervendo aos seus quatro cantos. O Galo da Madrugada já rasgou as ruas do Recife Antigo com milhares de piratas, colombinas, pierrôs, palhaços... Ao som de Frevo, aos devaneios da cerveja esquentando na mão e no corpo.
Olinda nesse momento deve estar da maneira que eu a vejo, lúdica, bonita, colorida, fantasiada.As bandinhas estão descendo as ladeiras e um monte de foliões estão agorinha mesmo atrás delas como pipoca em óleo quente. A ladeira do Pau-do-índio. O refúgio. As bandinhas partem de cima e o povo mais calmo segue até um pouco mais para depois voltar e esperar o próximo estandarte. Ai ai. Momentop outing: queria estar lá. Não que seja ruim estar aqui ou que eu não queira estar perto dos que eu amo. Eu queria que estívessemos todos. Eu queria fantasiar minha cria e mostrar pra ele as cores de um carnaval bonito. Um carnaval que parece saído dos contos da triste Clarice, que deixava momentaneamente sua tristeza de lado ao descrever um bloco em Felicidade Clandestina. Carnaval é lindo demais. Sem caretices de dizer que é só embriaguez e desordem. Tolos. Lindo sim. Alegria conjunta a troco de nada. Um festejo sem normas, sem preconceitos, na avenida todo mundo é igual. A gostosa Global não é mais bonita do que a gostosa do morro, nem menos adornada, nem menos venerada. Festa do que tem lugar pro samba, pro frevo, pro axé, pras marchinhas, pro eletrônico, pro côco, pros maracatus, pras cirandas... agorinha, aos muitos sons brasileiros, milhões e milhões de pessoas estão D-A-N-Ç-A-N-D-O!!! Se isso não for democraticamente lindo... então eu preciso rever os meus conceitos de belo.

Deixo vocês com o mestre Chico Buarque e a sua capacidade incrível de colocar os sentimentos mais indizíveis em poesia

Noite dos mascarados
Composição: Chico Buarque

- Quem é você?
- Adivinha se gosta de mim
Hoje os dois mascarados procuram os seus namorados perguntando assim:
- Quem é você, diga logo...
- ...que eu quero saber o seu jogo
- ...que eu quero morrer no seu bloco...
- ...que eu quero me arder no seu fogo
- Eu sou seresteiro, poeta e cantor
- O meu tempo inteiro, só zombo do amor
- Eu tenho um pandeiro
- Só quero um violão
- Eu nado em dinheiro
- Não tenho um tostão...Fui porta-estandarte, não sei mais dançar
- Eu, modéstia à parte, nasci prá sambar
- Eu sou tão menina
- Meu tempo passou
- Eu sou colombina
- Eu sou pierrô
Mas é carnaval, não me diga mais quem é você
Amanhã tudo volta ao normal
Deixa a festa acabar, deixa o barco correr, deixa o dia raiar
Que hoje eu sou da maneira que você me quer
O que você pedir eu lhe dou
Seja você quem for, seja o que Deus quiser
Seja você quem for, seja o que Deus quiser

1 Comment:

Thalles Walker said...

Post lindo, Bia. Quero um quartinho de Lexotan pra esquecer como meu carnaval foi calmo, longe dessa agitação toda, perdido aqui em Pequenópolis.