domingo, 5 de outubro de 2008

Jacu?? Meu filho mande aí um cafezin no capricho.

Rapaz, tudo começou com essa moça e sua verdadeira devoção pelo café Suplicy. Eu, como boa matuta que sou, mal consigo apreciar um bom café coado no calor do Ceará. Mas depois que eu me mudei pra São Paulo, devia mesmo uma visita ao Suplicy e provar o seu tão famoso machiatto. E tinha que ser com eles, óbvio. Meus moradores do Jardins-Bela Vista preferidos. Fomos almoçar juntos como fazemos às vezes aos finais de semana. Dessa vez nas áreas deles. Um restaurante arábe pequenininho na Al. Lorena que tem um arroz de carneiro simplesmente DIVINO. Acabamos por conseguir arrancar da dona alguns segredinhos da receita. E sim, finalmente estávamos a poucos metros do famoso café. Aí me falaram que a história do Jacu era verdade. Meu caro, o post está prestes a ter uma virada!! Não estamos falando de um café simples, comum e tal. Preste atenção nesse scrap que eu recebi semana passada de um deles:

"Tenho uma ótima novidade pra vc. Imperdível!!!! O Suplicy tá com um café novo sensacional. É o Jacu bird coffe. O lance é o seguinte: o pássaro chamado Jacú come o grão do café e depois de um processo super refinado de fermentação dentro dele mesmo, bota ele pra fora. É isso mesmo! O pessoal recolhe o material, limpa e faz um café super gostoso, meu! E o melhor é que o preóc é super acessível: apenas 8 reais a xícara. Achei a sua cara. Vamos lá tomar um? Beijos."

entendeu?

o passarinho come o grão de café e caga. A galera limpa, faz um café e vende a OITO REAIS. Lógico que não podia ser sério. Lógico né? Pois eu vou te dizer, há muitos mistérios nesse mundo que eu não entendo e depois de ontem eu vou duvidar de poucas coisas na minha vida. O Jacu é um passarinho, o café sai na merda dele e o Suplicy vende. TUDO VERDADE!

Mas é claro que eu tinha que provar esse. Justamente esse. O café cagado. Nem o passarinho quis aquele café, mas eu quero. Marrapaz. Se é pra fazer, vamos fazer isso direito. Pois mande um aí meu filho. Tomei sem açúcar. Café leve, bom, amarguinho no ponto certo. Que é bizarro eu sei. Fazer o quê? Afinal ele disse que achou a minha cara a história. hahahahahahaha não sei se rio ou se choro.

Segue o texto explicando tecnicamente o que ele me disse e a foto do delinquente penado que caga café:

"O Suplicy Cafés Especiais recebeu um lote limitadíssimo do Jacu Bird Coffee, um café orgânico e biodinâmico, cujos grãos são selecionados pela ave jacu (Penelope purpurascens), espécie nativa da Mata Atlântica. A produção do Jacu Coffee - Na Fazenda Camocim, nas montanhas do Espírito Santo, existe uma vasta população de jacu.

A ave se alimenta dos frutos do café e, após a digestão, elimina os grãos ao pé das árvores. Depois de colhidos manualmente, limpos e guardados, os grãos dão origem a um café natural de rara qualidade.*"

leram o "limitadíssimo"?? Eu tive foi sorte. Isso vai virar uma lenda e eu fiz parte dela.
*fonte: http://www.capitalgourmet.com.br/

quarta-feira, 1 de outubro de 2008

Olhando pra cima... pra mode quê?


Um dia desses o marido apareceu por aqui com uma revista dessas semanais pra me mostrar um restaurante novo em Pinheiros. Legal a reportagem, fomos ao local. Satisfação mezzo garantida. Mas o bom da revista não foi isso. Foi uma reportagem despretenciosa sobre "olhar pra cima".

an?

pois é. Aí você me pergunta: pra mode quê?

Para modos de olhar tudo que não está no chão. Ou melhor, espiar o que está suspenso. Assim, saimos nós mesmos alguns milímetros desse chão empoeirado e vamos junto com aquela maritaca gasguita que pula frenética na árvore aqui em frente de casa. Arvore esta que está agora cheinha de flores amarelas e com folhas de um verde vivissimo e novo. Pois é... novo, porque ao olharmos pra cima há uns dois meses atrás ela estava peladinha para renovar-se inteira numa primavera que chegaria mais cedo esse ano.

Olhando pra cima. Pode parecer bobo. Pode parecer até meio viajandão. Mas faz com que eu me sinta mais leve. Se olhando eu acho alguma coisa... aí eu fico não só leve, como surpresa, feliz, inteligente. Achei! E naquele momento, seja o que for, é meu. Meu porque eu procurei.


Quero uma namoradeira. Como as da revista. Para quando alguem olhar pra cima e der de cara com ela na nossa varanda. Se sentir surpreso, presenteado pelo seu sorriso.

São Paulo é bem menos cinza de baixo pra cima.

Segue o link e desafio a alguém para irmos atrás de pelo menos cinco das muitas surpresas suspensas de São Paulo.
Olhe pra Cima - Epoca/SP


Fotos:
primeira: um 9 de paus no teto da marquise do Ibirapuera. Em cima das nossas cabeças, numa tarde de domingo.
segunda: um gatinho de gesso no telhado de uma casa na Rebouças. (Vide reportagem)