quinta-feira, 18 de outubro de 2007

Arlindo's way of life


é sempre assim, onde se vai, pode ser no Brasil, na caixa prego, a fidelidade ao ARLINDO não muda. Não ao Arlindo, nosso querido amigo índio, que a esse devemos só sorrisos e conversinhas em cantos de mesa, mas ao antro... esse sim, esse exige atenção, fidelidade, saudade. Estamos aqui, instalados na capital brasileira do concreto, em busca da mesma identidade , em busca de uma substituição mediocre, porém necessária, para o que não se pode ter, ao menos não aqui. Na busca desesperada pelo nosso Arlindo, nós, meninos, meninas, cearences, arquitetos, publicitarios, produtores, pseudos-fashionistas-artistas-cinéfilos-cult-sujinhos da uece, vamos quicando, dum canto pra outro... aí surge alguém lá na Zona Oeste que diz, achei nosso Arlindo. Outro na Zona Sul que diz, o Arlindo é aqui.... mas entendamos uma coisa, não pode ser qualquer coisa, ter qualquer estética. Temos que ser fiéis às raízes, à cor verde água da parede, às mesinhas na calçada, à não frescura, à cerveja de 600 ml, ao Tiago e à Adriana... (me recuso a ser fiel à comida, vamos combinar que nesse quesito, antes de ir é melhor bater o centro em casa).

Ele jurava que o tal do ZG era o Arlindo daqui. De fato, as paredes combinavam. Tinha mesa na calçada, ponto. A comida era ótima. Massa. Os garçons até tentavam ser simpáticos. Não se comparam à gentileza da Adriana que sempre me esperava fazer xixi na porta do banheiro, "pastorando", já que nunca tem trava. Mas tinham uns detalhes incompatíveis, as contas davam caríssimas, coisa de 80 reais um casal por noite (casal como nós, nada econômicos no quesito cerveja) e os garçons começaram a dar umas enroladas, cobrar a mais. Foi a gota, rolou o final do namoro com o ZG.


Aí acharam o Cardoso. Vantagens? Perto de casa, mesa na calçada, comida boa, cerveja gelada num preço razoável (barato mesmo, só mudando de cidade, vamos combinar). Desvantagens? A birosca fecha às 22h!!! Dá pra acreditar??? 22h?? Absurdo. Num dá nem pra ter sono. E não são nada políticos, ninguém pede a conta, mas eles entregam mesmo assim. Ontem ainda era 21:40 quando pararam de servir a cerveja. Tsc Tsc. Fomos para o segundo round, uma lanchonete na outra esquina que vai até mais tarde um pouco, que tem ditados e frases sem sentindo algum escritos em espelhos perto do teto, amendoim e um gerente (acho!) chamado Pelezinho que é mais branco que eu. E é isso, toda semana vamos ao Cardoso, ficamos até as dez, depois andamos um quarteirão a pé e vamos nos juntar ao Pelézinho.

Moral da história. Não tem como. Pode procurar, "caçar" bem direitinho como diria a Bela, que você não vai achar. E quem disse que é as mil maravilhas? Eu num disse. O banheiro é uma merda, nunca tem papel, nem trava a porta, a comida é cara e ruim, mas enfim... é lá, só lá que um bar é ao mesmo tempo ponto de encontro e casa. Um lugar onde todo mundo me conhece, se conhece. Onde o staff conhece meu filho, pergunta por ele, me dá atenção, me manda ir embora quando está tarde, me pede pra ficar mais um pouco quando está cedo. é só lá que você pode sentar em no mínimo três mesas diferentes de bons amigos.

Eu não sou nada deslumbrada com São Paulo, mas não sou injusta. Aqui tem tudo, muitas, infinitas vezes, melhor do que em Fusta. Confesso. O post de dois dias atrás prova isso. Bares vagabundos aqui, são melhores do que os mais impressionantes lá, mas... quer saber? quer mesmo saber??


Foda-se. Trocava tudo pelo Arlindo. Juro. Do jeitinho que é. Não precisava nem rolar melhorias... Mas tinha que ter o pacote completo. Tinha que vir com Samba, com chorinho, com a Elite, com a farofa e as mesas com suas respectivas pessoas.

Ai você diz. Minha filha não quer nada né?

Quero sim... tudo que eu tenho direito. Daí a ter são outros quinhentos.

é que amanhã é dia 19 de outubro. E tudo o que eu queria era marcar lá e receber um monte de beijo e de abraço das pessoas mais queridas do mundo. Sem enxame, sem forçar nada, indo no óbvio. Sem precicar dizer onde é, nem que horas, nem pegar o Guia para chegar. Sem se perder, sem trânsito, sem Avenida Bandeirantes. Tudo como tinha que ser, simples, natural e caseiro.

Perfeito.


Nada não, jajá eu chego.


***

2 Comments:

PAPEL said...

Eu como representante oficial da Tropa da Elite digo, só falta você aqui.

Lingualguma said...

Porque vc sabe, baby, sucesso mesmo faz é a Tropa da Elite, o resto é besteira!
Beijo e até daqui a pouquinho